Sempre que um acidente aéreo entra em discussão, uma pergunta volta à tona, existe mesmo o assento mais seguro do avião? O acidente do Boeing 787 da Air India em Ahmedabad reacendeu a dúvida, principalmente pelo fato de apenas um ageiro ter sobrevivido, o britânico Vishwash Kumar Ramesh, que estava na poltrona 11A, próxima à saída de emergência.
Estudos de instituições como a Flight Safety Foundation, a FAA (istração Federal de Aviação dos EUA) e universidades europeias têm investigado os impactos da posição do assento em situações de emergência. Embora não exista um “lugar mágico”, as estatísticas revelam padrões curiosos e úteis para segurança em voos.
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Sobrevivente da poltrona 11A e o que isso representa
O caso mais citado quando se fala em sobrevivência relacionada à posição do assento envolve o ageiro que estava na fileira 11, na janela, logo à frente da asa, e próximo à saída de emergência. Ele relatou que após o impacto, conseguiu se levantar e correr antes que as chamas se espalhassem.
Apesar da curiosidade gerada sobre a cadeira 11A, especialistas explicam que a sobrevivência envolve uma combinação de fatores: proximidade das saídas, tempo de evacuação, estado da fuselagem e até sorte. Ainda assim, a escolha da poltrona pode, sim, ser estratégica.
O que dizem os estudos sobre o assento mais seguro
De acordo com uma análise da Time Magazine, baseada em dados da FAA, ageiros sentados na parte traseira do avião tiveram uma taxa de mortalidade 32% menor do que aqueles nas fileiras da frente, com média de 38%.
Outros estudos indicam que assentos próximos às saídas de emergência aumentam significativamente as chances de evacuação rápida. Uma pesquisa da University of Greenwich mostrou que ageiros a até cinco fileiras de uma saída têm maior probabilidade de sobrevivência.
E mais, poltronas do corredor tendem a ser mais vantajosas do que as de janela ou do meio, justamente por facilitarem a mobilidade na hora de sair da aeronave.
A poltrona 11A reacendeu o debate: onde sentar no avião pode salvar sua vida?
Por que nenhum assento garante segurança absoluta
A ideia de um “assento milagroso” é tentadora, mas irreal. Acidentes variam em tipo de colisão, local de impacto, fatores climáticos e modelo da aeronave. Ou seja: o que é mais seguro em uma situação pode ser o mais vulnerável em outra.
Por exemplo:
- se a colisão for frontal, a traseira pode ser mais segura;
- se o impacto for traseiro, as fileiras da frente se tornam mais vantajosas;
- se houver incêndio imediato, a posição mais próxima à saída pode ser determinante.
Além disso, decisões como prestar atenção às instruções de segurança, identificar previamente as rotas de evacuação e manter a calma são tão importantes quanto o local em que se está sentado.
Dicas úteis para escolher melhor seu lugar
Mesmo sem garantias absolutas, algumas estratégias podem ajudar:
- prefira sentar próximo às saídas de emergência, sempre que permitido;
- poltronas de corredor oferecem melhor mobilidade em caso de evacuação;
- evite dormir durante decolagens e pousos, fases mais críticas dos voos;
- memorize a quantidade de fileiras até a saída mais próxima, à frente e atrás;
- leia o cartão de instruções de segurança e saiba usar o cinto e colete.